terça-feira, 18 de setembro de 2012

Do encanto.


E a lua nova chegou outra vez riscando feito giz o céu da Babilônia. Senti vigor nas pernas e de lá ampliei os limites que conhecia. Deixei a minha quinta na Babilônia para parti em um dia de expedição.
Conheci o Palácio dos Ventos. Lá, como no Saara, os ventos têm nomes próprios e você pode conversar com qualquer um dos quatro, Simum, Hermattan, Khamsin ou Ghibli. Todos eles me contaram suas estórias em silvos mansos, me contaram sobre a arte de levar a areia dos temidos desertos para outros continentes, só não me contaram sua trajetória, porque vento não costuma contar para onde é que vai não...
Conversando com um dos quatro, escuto, em fricativo, a deixa de um deles:
- Quando você toca o capim com as mãos, eu quem o arrepia pra você...

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Do labirinto.

Contruí uma quinta lá na Babilônia.
Lá o céu é limpo e eu admiro todas as constelações. Todo dia acho uma estrela nova. A lua nasce amarelinha, e vai esbranquecendo de acordo com sua subida. Tem um capim que não corta não e eu passo a mão por cima dele, como quem toca os cabelos de uma criança, e o capim estremece todo num arrepio.


Tenho uma casa bem pequenininha, lá na minha quinta em Babilônia. Vira e mexe Orfeu vem tocar pra mim enquanto danço com a fada dos ventos.
E quando vem a lua nova eu digo bem sibilado "Deus te salve Lua nova! Deus te dê boa virtude..."

Lá, amanhece, faz sol ou chuva, anoitece e venta muito, mas quando eu quero. E quando os raios caem, nenhum se esconde de mim.


Tenho uma quinta na Babilônia... eu só precisava saber chegar lá...

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Das memórias felizes II.

Uma vez havia um e-mail não lido na caixa de entrada.
Nunca me esquecerei do que estava escrito, nem do momento em que li, nem de nada...

"Tentei te ligar, mas seu celular não estava funcionando...

Vai, amor, vai ver como o mundo é lindo!!! E como as pessoas são muito mais lindas do que elas parecem!!!"



e parece que ficou faltando um pedaço...

Das memórias felizes.

"Certa vez Caeiro mestre me viu abrir um chiclete e me disse:
-Ou, Pavani, me dá um aí!
Respondi:
-Não!
E ele, com aquele hábito de retrucar me disse:
- É seu último?
Eu disse:
- Não, tenho uns 15!!!!
E a gente riu até o ar nos faltar nos pulmões"


quinta-feira, 2 de junho de 2011